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quinta-feira, 3 de maio de 2012

Arte e cultura pop: Junko Mizuno



Não é de hoje que os artistas se apropriam da cultura pop para expressar um ponto de vista na arte. Nos anos 60, Roy Lichtenstein reproduzia em tamanho ampliado elementos característicos de historias em quadrinhos como uma forma de criticar a cultura de massa.

Na arte contemporânea é possível identificar muitos traços de cultura pop no trabalho de alguns artistas e nem sempre o tom é de protesto, muitas vezes esse universo é intrínseco ao artista e acaba sendo refletido em sua obra.

Nesse espaço darei alguns exemplos de artistas cujo trabalho transita entre esses dois universos: o da arte e o da cultura pop. A primeira artista que apresentarei é Junko Mizuno.

Ao bater os olhos em qualquer trabalho de Junko Mizuno, a primeira impressão é quase inevitável: FOFO!! Porém, as meninas cabeçudas, de olhos grandes e ornadas com flores não têm quase nada de meigo e inocente, elas são diabas, dominatrixes ou zumbis famintas e sexy! Percebe-se que para a artista essa mistura do grotesco com o “bonitinho” é tão natural que não nos parece nojento ou ofensivo olharmos para um urso ou um coelho com os órgãos internos à mostra. 




Junko não separa sua produção em telas da sua produção para os quadrinhos. Suas telas estão recheadas de traços de mangá, por outro lado, em seus mangas pode-se perceber a mesma psicodelia presente em suas telas, não só nos traços em sim, mas também nas historias.

No Brasil é conhecida pelo manga Cinderalla, uma releitura (com boas doses de humor e um toque de filme de terror) do clássico infantil Cinderela. Para quem nunca ouviu falar, Cinderalla conta a historia de uma garçonete que ao perder seu pai descobre que durante a noite os mortos levantam de seus túmulos e “vivem” em uma espécie de sociedade paralela muito parecida com a do mundo dos vivos.
Seu trabalho recebeu, e ainda recebe, grande influencia da cultura japonesa dos anos 70 e é dai que vem a aparente doçura de sua arte. Junko ja declarou em entrevistas que no Japão existe um preconceito com relação ao seu trabalho tanto por parte dos leitores de quadrinhos quanto por parte do publico de arte, justamente pelo fato de seu trabalho transitar entre esses dois mundos.
Quem ainda não conhece vale a pena dar uma conferida no trabalho dessa moça.
http://www.mizuno-junko.com/



Um comentário:

Gabriel Cavalcante disse...

Não sei porque, mas imediatamente lembrei do Ken Wong, o cara responsável pelo conceito artístico de Alice Madness Returns. Também lembrei da Hiromi Sato, conhecida lá na Ásia.

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